Fundos imobiliários
Os FII são alternativa interessante para quem deseja investir em imóveis, mas sem realizar sua aquisição
Os Fundos de Investimento Imobiliários (FII) são constituídos por grupos de investidores com o objetivo de aplicar recursos em diversos tipos de investimentos imobiliários, como edifícios de escritórios e shopping centers. Os rendimentos são obtidos com a locação, arrendamento e venda dos imóveis, sendo distribuídos dividendos, além da possibilidade de ganhos com a variação das cotas em bolsa.
Os FII são alternativa interessante para quem deseja investir em imóveis, mas sem realizar sua aquisição. Evitam-se assim os problemas decorrentes da administração direta, principalmente no caso da locação, que envolve custos e dificuldades (desocupação, manutenção, obras, desvalorização).
2019 representou um marco para o segmento no Brasil. O volume de emissões chegou a R$ 32,5 bilhões até novembro, e a cifra, que inclui fundos listados e aqueles que não são negociados em bolsa, é mais que o dobro do recorde anterior, que era R$ 16,1 bilhões em 2011. A crise econômica recente abalou bastante o FII (em 2014 o volume de emissões caiu para R$ 5,1 bilhões), mas foi houve recuperação em 2018, quando o montante já subiu para R$ 15,6 bilhões.
A liquidez no mercado secundário também aumentou bastante neste ano, e os dados mostram que os fundos listados negociaram volume financeiro quatro vezes maior em outubro quando comparados com janeiro.
O patrimônio líquido dos 200 fundos listados em bolsa alcançou R$ 74,4 bilhões em outubro, com alta de 35,8% no ano. E a quantidade de investidores também deu um salto, e o número passou de 230 mil para 517 mil em dez meses, ou seja, mais do que dobrou. No ritmo atual, haverá 1 milhão de investidores em fundos imobiliários no primeiro trimestre de 2021, mas vários gestores apostam que a marca já será atingida no próximo ano.
O sucesso dos FII está associado diretamente a dois fatores: a queda na taxa de juros da economia, que chegou ao nível mínimo; e à recuperação e aquecimento do mercado imobiliário. De um lado, os investidores têm buscado diversificar suas aplicações financeiras, para obter maiores rendimentos, e a Bolsa e os Fundos Imobiliários surgem como alternativa. O índice de fundos imobiliários da B3 (Ifix) acumula retorno de 24,67% neste ano (até 6 de dezembro), enquanto o Ibovespa avançou 26,44% no mesmo período.
De outra parte, o mercado imobiliário vem reagindo, com aumento dos lançamentos e das vendas, e a recuperação da vacância e dos preços de imóveis para locação, fazendo crescer bastante o interesse pelo setor. Grandes investidores já se movimentam para aplicar nos FII e a expectativa é que 2020 poderá ser o melhor ano da história para o segmento. A euforia deve ser, contudo, comedida: fundos imobiliários são investimentos de risco, sujeitos a variações que podem ser grandes em períodos mais longos.
Via: A Tribuna