Apartamento térreo tem paredes azuis e inúmeras obras de arte
Em um resgate ao modernismo brasileiro, o projeto aposta em peças de design assinado originais das décadas de 1950 e 1960
Para seu apartamento em São Paulo, um português apaixonado por etnias e obras de arte queria uma atmosfera que remetesse ao modernismo brasileiro. O imóvel térreo no bairro de Higienópolis ficou fechado por 10 anos antes de ser adquirido e passou por uma reforma completa comandada pela arquiteta Flavia Cardim e pelo designer de interiores Alison Limontt.
Cada detalhe do projeto carrega um punhado de história. Todos os portais e guarnições, por exemplo, são feitos de caviúna por Giuseppe Scapinelli e foram adquiridos em um leilão de Campinas. “As portas da cozinha mantém até os vidros originais. Também aproveitamos algumas portas para criar os roupeiros dos corredores e o armário do quarto, além da porta do escritório em palhinha”, conta Alison.
Sala de jantar | Pendente Bengala, em latão, da Dominici e cadeiras em caviúna maciça e palhinha Moveis Ambiente, do Estilo ao passado. Mesa de jantar Guanabara, em pé de concreto polido e tampo em granito preto absoluto, da Pedras Armani. Portas, guarnições e armários em caviúna maciça, Giuseppe Scapinelli, na D'argent Leilões. Vasos de porcelana da Dpot Objetos (Foto: Divulgação)
Respeitando a originalidade do apartamento, a reforma estrutural se concentrou no alinhamento de portais e no aumento do pé-direito e das janelas, a fim de favorecer a iluminação natural e a circulação. “O apartamento já contava com dois banheiros e, para criar o lavabo, dividimos o mais comprido em dois, deixando a parte do box virada para o quarto de hóspedes”, explica.
A escolha dos revestimentos partiu do tom de azul que recobre as paredes de toda a área social e se repete nos azulejos da área molhada na cozinha. “A Flavia teve a ideia de usar o granilite no hall de entrada e na cozinha, puxando para a paleta de cores dos ladrilhos e das paredes, respectivamente”, afirma o designer. “Por muitas décadas, as pessoas desprezaram o granilite, associado à repartições públicas, mas era uma tendência super bacana nos anos 1960 e está voltando com tudo”. No restante do apartamento, o piso de madeira equilibra o azul e traz aconchego à paleta.
Hall de entrada | Cocar indígena, acervo pessoal. Cabeça cinza em cimento da Dpot Objeto. Aparador em jacarandá, Sergio Rodrigues, adquirido em Miguel Pereira no Rio de Janeiro. Revestimento das paredes em granilite, desenvolvido pela Casa Franceza. Ladrilhos do piso, desenvolvidos para o projeto pela Ladrilar. Ferronnerie em ferro fundido e restaurada, original década de 40, de Antiguidades Jose Zeraik. Pote em cerâmica, com desenhos étnicos, década de 50, produzido na Alemanha. (Foto: Divulgação)
A decoração segue tons mais neutros com cortinas de linho off white, tapete no tom areia, mesas de centro e laterais com tampo de vidro e um sofá de couro em tom areia claro, desenvolvido especialmente para o projeto. “Estava no museu Metropolitan, em Nova York, quando tive a ideia da vitrine na sala. Como ele gosta muito de etnias, já tinha muita arte indígena brasileira e ainda adquiriu um lote de Aldemir Martins e outro da artista plástica Alicia Rossi em leilões”, conta Alison.
Sala de estar | Sofá Picolino, em couro desenvolvido para ele, Jorge Zalszupin, do Estilo ao passado. Mesa de centro, L’atelier, da Pé Palito. Poltronas Vronka, Sergio Rodrigues, do Antiquario Brasil. Tapete Kilim Juta Ocean, Botteh Tapetes. Objetos da Dpot e da Reneé Sasson. Cortinas em linho cru natural, Donatelli Tecidos, executadas por Wall Decor (Foto: Divulgação)
Bar | Carrinho de chá/bar L’atelier, de Maria Jovem. Quadros a óleo de Alicia Rossi e Aldemir Martins, entre outros nacionais e estrangeiros (Foto: Divulgação)
Cozinha | Eletrodomésticos de Fast Shop. Fruteira da Dpot Objeto. Jarra e copo de Zara Home. Marcenaria em fórmica criada e desenvolvida pelos profissionais para o projeto. Pastilha Azul Naval Mesh de Eliane Revestimentos (Foto: Divulgação)
Jardim de inverno | A princípio, o morador desejava plantas falsos, mas foi convencido a adquirir espécies naturais com a instalação de um sistema de irrigação automático (Foto: Divulgação)
Lavabo | Parede revestida em linho cru da JRJ Tecidos. Arandela em placas de vidro lapidadas e metal cromado, década de 60, Dominici, de Estilo ao passado. Louças e metais da Deca. Bancada de mármore italiano com pia esculpida da Pedras Armani. Livros, objetos e quadro de acervo pessoal (Foto: Divulgação)
Quarto de casal | Armários em caviúna e palha natural, Giuseppe Scapinelli, de Dargen Leilões. Abajur em metal cromado e cúpulas em linho, Dominici, de Estilo ao passado (Foto: Divulgação)
Quarto de casal | Roupa de cama e almofadas de Trousseau e Codex Home. Tapete Kilim Juta Ocean de Botteh Tapetes (Foto: Divulgação)
Quarto de casal | Aparador com marcenaria inspirada no trabalho da arquiteta e designer francesa, Charlotte Perriand. Poltrona dinamarquesa em couro desenvolvido para o projeto, de Antiquario Brasil (Foto: Divulgação)
Quarto de hóspedes | Quadros de artista português. Camas vintage. Criado mudo em jacarandá e tampo de pedra, de Celina Decorações. Vaso e objetos da Dpot Objeto. Luminária, década de 60, Dominici, de Acervo Brutto. Roupa de cama Trousseau e almofadas da Codex Home (Foto: Divulgação)
Quarto de hóspedes | Ao fundo, no banheiro, espelho em jacaranda, década de 60, Celina Decorações, de Antiquario Brasil (Foto: Divulgação)
Banheiro do casal | Pastilhas de Eliane Revestimentos (Foto: Divulgação)
Escritório | Escrivaninha, em jacarandá e couro natural de época, L’atelier, de Jorge Zalszupin. Cadeira Beg, em jacarandá e em couro, Sergio Rodrigues (Foto: Divulgação)
Escritório | Estante suspensa, com marcenaria inspirada no trabalho da arquiteta e designer francesa, Charlotte Perriand. Sofá Franco em jacarandá e tecido de Donatelli Tecidos, Sergio Rodrigues, de Pé Palito. Almofadas Codex Home. Pote mineiro em barro, (Foto: Divulgação)
Via: Casa e Jardim